O artista estanciano Ivan Reis lança seu segundo álbum… Depois do Amanhecer


Ivan Reis é um artista estanciano que desde muito novo já demonstrava um forte apego com a arte e em especial, a música. Estimulado a cantar desde cedo por sua mãe, que talvez tenha sido de quem ele “puxou” como diz no popular, essa veia artística, podemos considerar o início de sua carreira de músico quando, ainda com 14 anos lá pelos idos de 2000, participou pela primeira vez de um festival musical, chamado de Novo Canto 2000, produzido pela cantora Nina Souza.

Podemos dizer que Ivan Reis é um artista do novo milênio. Mas, tudo começou mesmo quando Ivan ganhou de seu tio um presente que mudaria toda sua vida: um Tonante de nylon, singelo violão, que logo esse menino de 12 anos estragou colocando cordas de aço para conseguir tirar de ouvido os solos de rock n’roll que adorava ouvir. E o resultado foi esse, surgia ali um futuro cantor e guitarrista brilhante, que mais tarde, também se destacaria como compositor de canções eternas.

Após tantos anos de carreira, o jovem precoce, Ivan Reis, lança finalmente seu segundo álbum: Depois do Amanhecer, disponível em todas as plataformas musicais. E pela força da sua obra, razão aliás do texto dessa coluna, não poderia iniciar de outra forma que não fosse essa, eando pelo tempo e trazendo um pouco da sua história. Não é fácil escrever sobre um cara como Ivan, sobretudo quando se trata de alguém que é pra mim uma referência. É uma honra e ao mesmo tempo uma grande responsabilidade, além de ser um exercício de emoção mergulhar por estas águas fundas de poesia, força e resistência.

Me recordo que no começo da minha juventude, quando me identifiquei e pude vivenciar um pouco da cena alternativa do rock em Estância, andava pra cima e pra baixo com violão nas costas junto dos amigos tocando nas praças e tomando vodka com sprite nas madrugadas a dentro. Nessa época, Ivan Reis já era pra gente uma espécie de mito nas rodas e nos papos dos rolês. Recentemente eu tive a oportunidade de dizer isso a ele pessoalmente e, para minha surpresa, ele ficou surpreso em saber – rsrsrs – é mole? Mas não poderia ser diferente vindo de alguém como ele, já que parte do que o faz grande é justamente sua humildade. E como se fosse pouco, Ivan sempre foi um artista com coragem de fazer críticas sociais, de se posicionar politicamente e se colocar enquanto militante social no campo da esquerda. O que só faz aumentar ainda mais, a iração que tenho pela sua pessoa.

Ainda com 17 anos Ivan Reis em parceria com seu ex professor Casé Uchoa escreveu uma canção que já é eterna, trata-se de Lobo do Mar, música com a qual conquistou o segundo lugar no Sescanção 2003. Essa era uma das músicas mais tocadas nas rodas durante os tempos de rock na praça.

Naquela época eu tive a sorte de ainda poder ter alcançado um momento de muita efervescência cultural da juventude estanciana, marcado por festivais históricos como o Baranga Fest, que tinha na linha de frente o Padre Alberto e o lendário Fest Rock, organizado pelo meu primo Fabiano da Pizzaria, que também produzia a Raulzada, reunindo fãs em uma homenagem e celebração ao nosso velho querido e eterno Raul Seixas, e aproveito pra agradecer ao Fabiano também por ter me ajudado a resgatar parte dessas memórias. Em Estância, se destacavam bandas indie como Zefinha Teta Cabeluda, com meu amigo Thiago Nuts no vocal e Helmir na percussão; a banda Ícones, juntando feras da música como Itinho, Jr. Tubarão e Fábio Tchufu; a Muléstia do Kabrunco liderada pela poderosa Duda nos vocais, além do meu amigo Ruan Duran (o “Brujo”); na Tocaia meu amigo punk rock Douglas do Rock (o último romântico da geração roqueira); Os Ventosas que além de Sandro Morais no vocal e outros integrantes, contava também com Rô na bateria e uma agem rápida do próprio Ivan Reis na guitarra; por fim, não poderia esquecer da banda Bago de Bruxa com o talentoso Ian Viana, que aqui vale uma curiosidade, eu tive o privilégio de poder ter algumas aulas de violão com esse gigante.

Depois do Amanhecer é isso aí, entrega tudo que promete. Afinal, são mais de 20 anos de carreira desse músico, que conseguiu ainda assim me impressionar. O seu primeiro álbum chamado Alma de Carbono, que aliás é um material que representa muita resistência e durabilidade e dispõe de canções eternas como Razão Tatuada, Eu Sou Como Você, Lobo do Mar entre outras… Seu novo disco é simplesmente um bálsamo, tem a força de uma onda do mar, que recua avançando… explodindo na sua mente e vem brincar com o maior dilema do universo, a agem do tempo.

Isso ganha mais importância quando olhamos para tudo que estamos vivendo, enfrentando uma Pandemia que deixa um rastro de caos e destruição, e aí é que está a beleza dessa obra, é um chamado a seguir em frente, não desistir, ter resiliência e ver a vida com perspectiva. É incendiar de esperança os corações chagados, é um aconchego do sorriso no olhar perene, cúmplice e acolhedor de uma mãe, que pra sorrir nem precisa de boca.

Parabéns Ivan, pelo grande artista que você é e por comprovar na prática que é possível que possa ser um bom fruto Maduro Melhor. Obrigado por nos presentear com uma obra completamente nova, mas sem perder nem um “s” da essência, cada faixa desse álbum depois que escuto uma vez já me sinto íntimo, parece que sempre esteve ali… Enfim, é Tudo de Uma Vez! É paz para o espírito, é a paz de quem se prepara para a guerra.

Axé!

Por Bira Palmarino

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